segunda-feira, setembro 05, 2011

...

Banda /razão /convivência:

Acabou mais uma época musical, penso que na generalidade correu tudo as mil maravilhas. Estivemos muito bem e com um nível de mestria, elogiados por muitos conhecedores de música a ponto de ser muitas vezes a banda preferida pelo nosso bom desempenho nesta época. No entanto, podemos sempre melhorar quer a nível musical quer social. Notei um certo descontentamento da parte de alguns sócios no final desta Festa e compreendo-os bem.

È pena não haver picnic este ano. Ainda mais tendo sido comunicado sem considerar quais as mais-valias deste evento de puro convívio. Bem merecido após uma época de muito trabalho e esforços da parte de todos nós, dirigentes, músicos e familiares. Espero que se possa fazer outro convívio sem ser o do dia da Banda onde na minha opinião não existe o verdadeiro convívio. Ou seja, temos que estar fardados para cantar missa, para realizar um pequeno concerto sabendo bem à partida que esse evento visa a participação de outros simpatizantes necessários para a ajuda Monetária da Banda e não o convivo mano a mano entre todos nós (Banda).
Lanço aqui algumas possibilidades de termos o nosso convívio; poderíamos obter ajudas financeiras de cada participante para despesas se assim se julgar possível e necessário. Outra das opções seria a possibilidade de se festejar o S. Martinho ou a passagem de ano.

O convívio é salutar na nossa Banda como em qualquer outra sociedade e vejo o da nossa Banda de seguinte modo: Banda RazãoConvivência.
Para definir a convivência da nossa banda (associação), de forma democraticamente/monarca, a”Banda” toda ela discute, sob a condição de que todos aceitam o que a maioria decidir (???)

Com a apresentação de objetivos e regras, nós (Músicos) vamos aos poucos aprender a ter disciplina, pois a disciplina é de modo geral um dever de todos.

-Constrói-se a melhor forma de acordo com as necessidades?

A qualidade (e não a quantidade) de uma instituição cultural como a nossa, depende em grande parte do modo pelo qual, se foca o processo de condução da acção, que se desenvolve com a Banda. Isto é, não é somente na escola de música onde se realiza o processo de ensino-aprendizagem, como também o lugar (Festa) que fomenta sempre o momento oportuno para o desenvolvimento e promoção dos valores humanos nos músicos.

O valor humano deveria ser uma qualidade que facilita cada pessoa no cumprimento dos seus deveres e de suas obrigações, é a capacidade de utilizar a liberdade pessoal visando a Banda com globalidade, isto é, a possibilidade de atuar livremente superando os condicionamentos internos e externos que se apresentam sem por isso deixar de ir ao encontro da generalidade da vontade da Banda. Sempre tendo em conta o progresso da associação Banda.

Isto deve ser a linha a ter em conta. Precisamos de festas, romarias, procissões e concertos executando tudo na maior das perfeições possíveis para elevar o nosso ego, mas precisamos também de convívio puro e genuíno para aproximar cada singularidade do indivíduo que existe em nós. Às brincadeiras, diversões e folias no regresso das festas no autocarro, nos intervalos, nos ensaios, nos jantares e nos picnics são necessários para um crescimento estruturado e desenvolvimento saudável da nossa banda.


“No convívio com sábios e artistas facilmente nos enganamos no sentido oposto: não é raro encontrarmos por detrás dum sábio notável um homem medíocre, e muitas vezes por detrás de um artista medíocre - um homem muito notável.”
-- Friedrich Nietzsche


Manifesto assim o meu pensamento sem querer ferir quem quer que seja.

O Man.

2 comentários:

floriano disse...

Dizia uma amiga assim:
-Agora uma coisa é certa, quantos mais "estímulos" culturais tivermos enquanto somos crianças e durante a nossa educação, mais predispostos estamos para assimilar a cultura, para a procurar e para a perceber.

Manuela Cunha disse...

Eu diria que Nietzsche nunca pensou sobre o que é pertencer a uma Banda e a uma associação cultural deste género mas se o fizesse não seria com o conhecimento de causa do Man!

Sempre coloquei a convivência na Banda num plano superior ao do desempenho musical...laços afectivos, sociais...