segunda-feira, setembro 19, 2011

Isto de Filosofar… "apega-se"?!

Banda…
Pertencer, Aparecer, Participar, Sentir, Viver, Ser.

Existem várias formas de ligação com a nossa banda/ associação. Resumidamente, e em minha opinião, podem traduzir-se nos verbos acima referidos assumindo a importância gradativa pela qual foram referidos.
Pertencer a alguma coisa equivale a formar, fazer parte ou ter relação. Este é um estádio pelo qual todos passamos, nomeadamente, quando entramos para as fileiras da banda ou da associação, geralmente ainda novos e impulsionados pelo exemplo de familiares ou de amigos. Nesta fase, mercê da fragilidade do vínculo com o grupo, os comportamentos – mais tímidos e por vezes irreflectidos – revelam-se ainda desprovidos de responsabilidade colectiva. Poderia dizer-se quase que se resume a estar de corpo presente.
Aparecer encontra equivalência em mostrar-se ou apresentar-se. Tal postura normalmente evidencia-se quando os intervenientes, já minimamente integrados com os pares e devido à evolução lógica das coisas, procuram – cada um à sua maneira – destacar-se e afirmar-se no grupo. Este destaque ou afirmação nem sempre surge como forma de exprimir os avanços alcançados pessoal ou artisticamente, mas, infelizmente e não raras vezes, traduz-se numa constante e egoísta procura de “oportunidades” para “brilhar”, para exibir certos “dotes”, tantas vezes contrários e prejudiciais aos interesses colectivos.
É diferente de Participar, entendendo-se este verbo como tomar parte em algo ou ter natureza ou qualidades comuns a algum indivíduo. Quem toma parte em algo ou tem qualidades comuns a alguém ou a um grupo não procura afirmar-se individualmente nem almeja “vedetismos bacocos”. Promove antes a unidade e uniformidade do todo, não hesitando em refrear os seus ímpetos/objectivos pessoais – diferente de anular-se como indivíduo – em detrimento de um bem maior, o sucesso colectivo. Participar é dar ideias, é tomar parte activa no projecto que se quer, em grupo, construir. É, portanto, muito mais, e também mais difícil, que o mero aparecer.
Sentir como que sofrer ou maneira de pensar ou de ver. Sentir um grupo ou melhor sentirmo-nos num grupo exige uma entrega constante de tal forma que sejamos capazes de perceber as especificidades dos nossos pares e, optimizando-as/ respeitando-as, conjugá-las com as nossas, buscando harmonia. Tal harmonia diverge claramente de hegemonia, na medida em que não queremos autómatos mas sim seres pensantes que, com a sua individualidade, acrescentem intelecto ao grupo.
Viver igual a: entreter relações sociais, gozar, conservar-se, durar, passar aos vindouros, conviver. Viver um grupo e concretamente a nossa banda é um desafio difícil. Não chega estabelecer relações com as pessoas a um nível mínimo. É imperativo ir mais além. Exige-se um conhecimento do colega para além da vertente musical/ profissional. Se houver verdadeiro convívio, o colega facilmente passa a amigo, permitindo que as pessoas gozem o tempo que se esvanece, fazendo-o durar para lá do efémero. É este conservar-se que faz com que seja possível passar aos vindouros os verdadeiros valores que estão na génese e que sustentam o próprio grupo.
Tais valores só podem ser transmitidos se praticados sempre. Tal condição leva-nos à conclusão que é preciso ser. Ser, no sentido de estar, ficar, tornar-se, preferir ou defender a existência. Aquele que é, que está, que fica, que prefere ou defende a existência é forçosamente alguém que alcançou uma ligação tal ao grupo que não consegue dissociar-se dele. Existe entre ambos uma relação como que umbilical, de interdependência, simbiótica. O dar e o receber confundem-se. Não há lugar a cobranças… de parte a parte.

Já agora vale a pena pensar nisto!

Raul Torres

quarta-feira, setembro 14, 2011

198.



Saudades,destes tempos em que a camaradagem ,o associativismo e a alegria estava ligada por outras verdades translúcidas.Em que o factor mais importante não era o quanto se poderia ganhar numa festa ou na época toda.Havia um contentamento que era vivido por novos e menos novos de igual forma sem uma real preocupação de quem é que era melhor e tocava mais ou quem merecia mais!!!!

Criou-se um mal estar no seio familiar da nossa banda devido a falta de importância dos verdadeiros valores(sociais, educacionais, morais,culturais e humanos).Todos nós sabemos que os jovens de hoje serão o futuro de amanha.Mas se não houver cultivo dos valores como será o amanha da nossa Banda? Será que os jovens, intrépidos nas suas ideologias ou a constituição banda que no âmbito de crescer fez com que se ofuscasse o sentido do que realmente, é a utilidade da (con)vivência...

O espírito de trabalho, sacrifício, poder de iniciativa, determinação e persistência é de certo peça chave para que haja uma melhor qualidade na banda: Mas a harmonia no seio da família Banda só se consegue com convivencia, trato, intimidade, honestidade , instrução, educação, amizade, complicidade,civilidade e nao acabaria mais de enumerar complementos de adjectivos.

Em suma, é tremendamente importante, a todos os níveis, que se enalteça a nossa Banda de hoje, com valores como espírito de trabalho, comportamentos humanos, iniciativa moral, persistência e honestidade para que futuramente colhamos bons frutos destas sementes.

A vida exige muito mais compreensão do que conhecimento.
Às vezes as pessoas, por terem um pouco mais de conhecimento ou acreditarem que o tem, se acham no direito de subestimar os outros...



O man.

segunda-feira, setembro 05, 2011

...

Banda /razão /convivência:

Acabou mais uma época musical, penso que na generalidade correu tudo as mil maravilhas. Estivemos muito bem e com um nível de mestria, elogiados por muitos conhecedores de música a ponto de ser muitas vezes a banda preferida pelo nosso bom desempenho nesta época. No entanto, podemos sempre melhorar quer a nível musical quer social. Notei um certo descontentamento da parte de alguns sócios no final desta Festa e compreendo-os bem.

È pena não haver picnic este ano. Ainda mais tendo sido comunicado sem considerar quais as mais-valias deste evento de puro convívio. Bem merecido após uma época de muito trabalho e esforços da parte de todos nós, dirigentes, músicos e familiares. Espero que se possa fazer outro convívio sem ser o do dia da Banda onde na minha opinião não existe o verdadeiro convívio. Ou seja, temos que estar fardados para cantar missa, para realizar um pequeno concerto sabendo bem à partida que esse evento visa a participação de outros simpatizantes necessários para a ajuda Monetária da Banda e não o convivo mano a mano entre todos nós (Banda).
Lanço aqui algumas possibilidades de termos o nosso convívio; poderíamos obter ajudas financeiras de cada participante para despesas se assim se julgar possível e necessário. Outra das opções seria a possibilidade de se festejar o S. Martinho ou a passagem de ano.

O convívio é salutar na nossa Banda como em qualquer outra sociedade e vejo o da nossa Banda de seguinte modo: Banda RazãoConvivência.
Para definir a convivência da nossa banda (associação), de forma democraticamente/monarca, a”Banda” toda ela discute, sob a condição de que todos aceitam o que a maioria decidir (???)

Com a apresentação de objetivos e regras, nós (Músicos) vamos aos poucos aprender a ter disciplina, pois a disciplina é de modo geral um dever de todos.

-Constrói-se a melhor forma de acordo com as necessidades?

A qualidade (e não a quantidade) de uma instituição cultural como a nossa, depende em grande parte do modo pelo qual, se foca o processo de condução da acção, que se desenvolve com a Banda. Isto é, não é somente na escola de música onde se realiza o processo de ensino-aprendizagem, como também o lugar (Festa) que fomenta sempre o momento oportuno para o desenvolvimento e promoção dos valores humanos nos músicos.

O valor humano deveria ser uma qualidade que facilita cada pessoa no cumprimento dos seus deveres e de suas obrigações, é a capacidade de utilizar a liberdade pessoal visando a Banda com globalidade, isto é, a possibilidade de atuar livremente superando os condicionamentos internos e externos que se apresentam sem por isso deixar de ir ao encontro da generalidade da vontade da Banda. Sempre tendo em conta o progresso da associação Banda.

Isto deve ser a linha a ter em conta. Precisamos de festas, romarias, procissões e concertos executando tudo na maior das perfeições possíveis para elevar o nosso ego, mas precisamos também de convívio puro e genuíno para aproximar cada singularidade do indivíduo que existe em nós. Às brincadeiras, diversões e folias no regresso das festas no autocarro, nos intervalos, nos ensaios, nos jantares e nos picnics são necessários para um crescimento estruturado e desenvolvimento saudável da nossa banda.


“No convívio com sábios e artistas facilmente nos enganamos no sentido oposto: não é raro encontrarmos por detrás dum sábio notável um homem medíocre, e muitas vezes por detrás de um artista medíocre - um homem muito notável.”
-- Friedrich Nietzsche


Manifesto assim o meu pensamento sem querer ferir quem quer que seja.

O Man.